POR QUE PRECISAMOS DE ÍDOLOS?

Esta é uma pergunta que, de tempos em tempos, me incomoda.
Eu fico um pouco indignado ao ver pessoas endeusando, defendendo ou propagando sem filtro as ideias de seus ídolos. Será que isso é bom? Será que isso é útil? Será que isso é necessário?
Pelas minhas reflexões, a resposta destas 3 perguntas é NÃO!
Eu acho que a adoração de ídolos reflete um pouco de preguiça dos adoradores… É mais fácil concordar com o seu ídolo do que pensar em suas ideias, confrontar suas ideias com outras posições e individualmente concordar ou não com o que foi apresentado.
Os ídolos são pessoas iguais a nós, com virtudes e defeitos, que acertam e erram, que são as vezes brilhantes e as vezes estupidos. Enfim são seres humanos.
Portanto eu sugiro a todos, mas principalmente aos jovens, que não cultivem ídolos. Questionem tudo! Criem as suas próprias ideias, os seus próprios valores, os seus próprios conceitos e, aí sim, defenda-os com paixão.
Ser seguidor de um ídolo é muito fácil. Mas é trabalho para os fracos…

“ÉTICA DE RESPONSABILIDADE”

Transcrevo um trecho do livro “A Organização – A Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo” de Malu Gaspar (Cia das Letras). Este trecho apresenta um perfil do fundador do grupo Norberto Odebrecht:

“Dentro da empresa…era chamado de “Dr. Norberto”. Era idolatrado pelos funcionários, que disseminavam histórias sobre sua simplicidade e humildade………Mas, se o assunto era propina, sua ética era um pouco diferente do senso comum. Nas histórias que contava aos engenheiros, ele diferenciava o que chamava de “ética da consciência” da “ética de responsabilidade”. Norberto dizia que a última era “a ética do sujeito que tem uma fatura de 200 milhões de dólares e precisa do dinheiro para poder pagar 3 mil famílias. Esse empresário se depara com um funcionário público que diz: “Se você deixar 10% comigo, eu te dou o resto”. A ética da consciência diz: não dê. Mas a ética da responsabilidade diz: dê. Eu olhava pela janela do canteiro e decidia dar”…

O que ele chamava de “Ética da Responsabilidade” eu chamo de “Malandragem Estrutural” (eu vou cuidar de mim e dos meus próximos e que se dane o resto): uma epidemia que atinge empresários, políticos, traficantes, artistas, líderes comunitários, sindicais e religiosos, digital influencers, alguns pais de família, etc e que está matando o país…

Imagem de Sammy-Williams por Pixabay

O IDEAL VERSUS O POSSÍVEL

Estou lendo o livro “Uma Terra Prometida” de Barack Obama (Cia das Letras) e, ao analisá-lo com a ótica de gestão tem um aspecto que me chama muito a atenção.

É impressionante como um líder, que ocupou o cargo de maior poder político no mundo, teve dificuldades para conseguir os resultados que ele pretendia e como teve que abrir mão de aspectos importantes para conseguir, pelo menos, obter alguns resultados parciais.

Isso mostra que um gestor, por maior que seja o poder individual que ele possua, tem que possuir uma imensa capacidade de negociação para exercer a sua liderança e obter os resultados esperados.
É trocar o ideal pelo possível…..